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Sangue nas fezes: investigue!

A presença de sangue nas fezes é uma anormalidade, devendo sempre ser investigada. A preocupação maior de quem se depara com este sinal é a possibilidade de tratar-se de um câncer no intestino. Esse senso comum tem fundamento e é bem vindo na medida em que nos faz pensar à partir do mais grave. Embora os tumores sejam uma importante causa de sangramento intestinal, eles não são a única nem a mais frequente. Exceto em quadros típicos de doença hemorroidária ou fissura anal, o diagnóstico preciso da perda de sangue nas fezes impõem exames endoscópicos e de imagem, além do conhecimento detalhado do histórico do paciente.

O sangue pode ser evacuado isoladamente ou associado às fezes, pode apresentar-se vermelho “vivo”(termo técnico: hematoquezia), líquido ou coagulado, pode apresentar-se enegrecido, semelhante à “borra de café” (termo técnico: melena) ou pode ainda ser oculto, imperceptível ao olho humano e detectado apenas através de exame laboratorial (pesquisa de sangue oculto nas fezes).O local do sangramento e a sua quantidade serão os determinantes na apresentação do sangue exonerado.

Quanto mais próximo do ânus (ou mais “baixo”)  for o sangramento, mais semelhante ao normal o sangue será, ou seja, mais vermelho “vivo” ele será, por vezes gotejando no vaso, desenhando “raias” nas fezes, sujando o papel higiênico, etc. As causas clássicas desse quadro são a doença hemorroidária e a fissura anal.

À medida que o nível do sangramento vai “subindo”, distanciando-se do ânus, o sangue evacuado vai alterando suas características, torna-se mais escurecido, geralmente misturado ao bolo fecal e podendo ou não estar acompanhado de alterações do hábito intestinal: diarréia, constipação, cólicas, mudança no formato das fezes, entre outros. Esta apresentação pode representar um amplo leque de diagnósticos, destacando-se os tumores intestinais (intestino delgado, cólon e reto), as doenças inflamatórias intestinais (Doença de Crohn e Retocolite ulcerativa), a doença diverticular, as malformações vasculares e as enterocolites infecciosas.

Já os sangramentos que ocorrem no esôfago, estômago e duodeno (trato digestivo alto) geralmente manifestam-se por evacuações borráceas, pastosas, escurecidas, de odor intenso e não raramente podem estar associadas a vômitos com sangue “vivo” ou escurecido. Neste cenário, as principais suspeitas são as úlceras gástricas e duodenais, as varizes de esôfago, as esofagites e os tumores gástricos.

Cabe lembrar que nos casos de sangramento volumoso e agudo o paciente poderá evacuar sangue “vivo” mesmo quando a sua origem for “alta”, proveniente do estômago por exemplo, devido à sua rápida passagem pelo intestino e à sua eliminação antes das alterações digestivas. O inverso também é verdade e muitas lesões, com destaque para os tumores, podem cursar com sangramentos pequenos, silenciosos e crônicos, imperceptíveis à inspecção visual das fezes, mesmo ocorrendo nos segmentos mais “baixos” do intestino. Devem ser suspeitados em quadros de anemia e um médico especialista deve sempre ser ouvido.

A Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes é um exame de laboratório onde pesquisa-se por resíduos de sangue nas fezes. É um método de rastreamento em paciente assintomáticos e estando positivo exige a complementação com exames endoscópicos. Falaremos em outro momento sobre os exames de rastreamento para tumores intestinais.

A abordagem do paciente com perda intestinal de sangue passa por uma consulta médica completa (que poderá ser de urgência conforme o caso) complementada por exames de laboratório, exames endoscópicos (colonoscopia e endoscopia digestiva alta) e exames de imagem. O diagnóstico de tumor maligno deve sempre ser lembrado e adequadamente investigado, principalmente após os 50 anos de idade ou naqueles pacientes com histórico familiar positivo. Embora o câncer não seja a principal causa, certamente é a mais grave e o sucesso do seu tratamento está diretamente relacionado ao momento do diagnóstico.

Consulte o seu especialista!

Muita saúde para todos e um forte abraço anticâncer!

Dr. Eduardo.

(Palmas | Tocantins | Norte do Brasil)

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