A Cirurgia Oncológica ou Cancerologia Cirúrgica é a especialidade médica voltada para o tratamento cirúrgico dos tumores malignos. Os Cirurgiões Oncologistas estudam o comportamento dos tumores, a maneira como crescem e se disseminam, a sua resposta aos tratamentos não cirúrgicos, quimioterapia e radioterapia, e então, munidos de sólidos princípios de anatomia e técnica operatória, definem qual a melhor abordagem para cada paciente.
O programa de formação do especialista em Cirurgia Oncológica preconizado pelo MEC é composto por dois anos de residência médica em Cirurgia Geral seguidos por três anos de residência em Cancerologia Cirúrgica. O Cirurgião Oncologista é preparado para operações elaboradas, para intervir em vários orgãos concomitantemente, já que a retirada completa de um tumor por vezes exige a retirada de estruturas vizinhas.
Para atender a esse paciente tão especial e tornar a operação a mais segura possível o cirurgião especialista em câncer está familiarizado e não hesita em adotar equipamentos de ponta em suas intervenções. Afastadores especiais, compressão pneumática intermitente dos membros inferiores, bisturis ultrassônicos, colas biológicas, grampeadores, drenos e sondas fazem parte do dia a dia desse profissional. A cirurgia minimamente invasiva, através da videocirurgia e da cirurgia robótica, também fazem parte desse arsenal e vieram para ficar!
A oncologia é uma especialidade dinâmica, o mundo inteiro está voltado para a solução ou para o controle do câncer. Todas as condutas são hoje baseadas em evidências científicas, e estão em constante aperfeiçoamento. Novas técnicas cirúrgicas, novas drogas e novos aparelhos de radioterapia estão surgindo, tudo somado a um melhor entendimento da doença e validado por estudos científicos.
É extremamente comum começarmos hoje o tratamento com a quimioterapia e / ou com a radioterapia colocando a cirurgia em uma posição intermediária ou final, modificando a tradicional sequência cirurgia – radioterapia – quimioterapia. Exemplos clássicos são os tratamentos para os tumores do esôfago e do reto que, dependendo de alguns critérios específicos, merecem ser iniciados com “radio e quimio” previamente cirurgia. A essa modalidade terapêutica dá-se o nome de neoadjuvância.
Por isso tudo, o tratamento do paciente portador de câncer tornou-se obrigatoriamente multidisciplinar. Ele deve ser assistido por especialistas nas diversas áreas da oncologia tangentes ao seu diagnóstico, como cirurgiões oncologistas, oncologistas clínicos, radioterapêutas, patologistas, psicólogos, fisioterapêutas, etc.
Finalmente, após a sua operação e alta hospitalar o paciente deve ser acompanhado pela mesma equipe multidisciplinar que o cuidou. Manterá retornos periódicos e exames complementares específicos, até que esteja assegurada a sua cura. O período de seguimento é variável, depende de cada caso, e não raro é por toda a vida. E que bom que há vida!
Saúde e um forte abraço!!
Dr. Eduardo Gomes.
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica
Membro Titular do Grupo Brasileiro de Melanoma
Apaixonado pela Medicina e pela Cirurgia!