A 12a. Conferência Brasileira do GBM (Grupo Brasileiro de Melanoma) ocorreu na última semana em SP e nós tivemos o privilégio de acompanhar, ouvir e trocar informações com os mais renomados estudiosos e formadores de opinião, nacionais e internacionais, acerca desta grave doença. Além da apresentação de trabalhos científicos e da atualização de condutas médicas, o evento apresentou o programa “Juntos Contra o Melanoma”, voltado para o engajamento dos profissionais não médicos que lidam diretamente com a pele.
12a. Conferência do GBM. (arquivo do autor)
O melanoma apresenta-se como o mais grave dos cânceres de pele (podendo também acometer mucosas), com elevado poder de disseminação, mesmo quando ainda em dimensões milimétricas. O quadro clínico típico é uma “pinta” com coloração heterogênea, bordas irregulares, geralmente com mais de 6,0 milímetros de diâmetro e que não raro vem apresentando alterações ou aumentando de tamanho num curto período de tempo (meses!!). As pessoas de maior risco são os adultos jovens, de pele clara, olhos claros e com histórico de intensa exposição solar ao longo da vida. Podem também acometer negros, e aí destacam-se as lesões em mãos e pés.
Fotografia1: Melanoma ombro esquerdo.
(arquivo do autor)
Fotografia2: Melanoma subungueal avançado.
(arquivo do autor)
Em conformidade com a melhor prática oncológica, o tratamento do paciente portador ou sob suspeita de melanoma é multidisciplinar. Um time composto por dermatologistas, cirurgiões oncologistas, oncologistas clínicos, radioterapêutas e patologistas deve assistir esse paciente tão especial. Felizmente os esforços dos diversos centros e especialistas mundo afora têm surtido efeito e o tratamento do melanoma vem progredindo a passos firmes. Quando ainda em estágios iniciais o tratamento geralmente é exclusivamente cirúrgico, consistindo na remoção adequada da lesão, associada ou não à retirada de gânglios linfáticos – leia nosso post sobre “linfonodos sentinelas”. Quando em estágios mais avançados, como nos casos de tumores volumosos e/ou disseminados os especialistas das diversas áreas devem se reunir e personalizar o tratamento para cada paciente. A combinação dessas modalidades terapêuticas, bem como a associação de diversas novas drogas, tem nos permitido oferecer mais quantidade e qualidade de vida, em situações antes muito desfavoráveis. É importante lembrar que a abordagem cirúrgica do melanoma, desde a biopsia inicial, deve ser realizada por um cirurgião especialista, já que esta etapa pode ser a de maior impacto no sucesso do tratamento.
Além da consistente atualização médica, o 12o. congresso do GBM trouxe um programa inédito no Brasil, o “Juntos Contra o Melanoma” – visite o site e a facebook! Trata-se de um programa de conscientização e esclarecimento da população leiga e de profissionais não médicos que atuam diretamente na pele, objetivando o rastreamento e o diagnóstico precoce do melanoma. Foram ministradas aulas e treinamentos a tatuadores, cabeleireiros e podólogos, importantes coadjuvantes na prevenção e no rastreamento do câncer de pele.
Logomarca: Juntos Contra o Melanoma
Fonte: Facebook.
Por fim, muita coisa vem mudando e evoluindo, mas uma permanece consagrada: use filtro solar, evite o sol das 10h00 às 16h00, respeite seu corpo e sua pele e consulte um dermatologista periodicamente!
Um forte abraço e até breve!
Dr. Eduardo Gomes
Membro Titular do Grupo Brasileiro de Melanoma
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica
Um apaixonado pela Cirurgia!!
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